quarta-feira, 12 de setembro de 2012



Sou forte. Meio doce e meio ácida. Em alguns dias acho que sou fraca. E ingénua. Preciso de um lugar onde meter a cara para esconder as lágrimas. 

Aí penso que não sou tão forte assim e começo a olhar para mim. Sou forte sim, mas também choro. Sou gente. Sou humana. Sou manhosa. Sou assim. Quero que as coisas aconteçam já, agora, de uma vez. Quero que os meus erros não me impeçam de continuar a olhar para a frente. E quero continuar a errar, pois jamais serei perfeita (ainda bem!). Tampouco quero ser comum e normal. 

Quero ser simplesmente eu. Quero rir, sorrir e chorar. Sentir frio na barriga, nó no peito, sentir as pernas a tremer. Sentir que as coisas funcionam e que tenho que trocar o jeito quando insisto em algo que não dá resultado. Quero aprender e, ainda assim, continuar criança. Apanhar sol e sentir o vento gelado no nariz. Quero sentir o cheiro de relva cortada e café acabadinho de sair. Cheiro da chuva, das flores, cheiro da vida. 

Aprecio as coisas simples e quero continuar a descomplicar o que parece complicado. Se der para resolver, vamos lá! Se não der, paciência. A vida não é complicada mas é difícil, tudo depende de como a encaramos e nos impomos. Quero ser eu, com a minha cara azeda e absurdamente açucarada. Não quero saber tudo e nem ser racional. Quero continuar a manter o meu cérebro no lugar onde ele se encontra, no meu coração.
 E essa é a melhor parte de mim…

sábado, 14 de julho de 2012



Sabes?

Às vezes doí-me a boca ou a pele, tanto faz, e as madrugadas tornam-se frias.
E quando as tuas mãos vêm ao meu encontro, a memória da dor insiste em permanecer, cruel, solitária a lembrar-me o medo, o desespero das horas vazias.
E se finalmente adormeço no calor dos teus braços, fica-me a sensação de te ter amado tão pouco.

sexta-feira, 29 de junho de 2012



... És o único território onde me desejo sempre e para sempre perder. Foi nele que encontrei a parte que me faltava.

sábado, 17 de março de 2012

Na distancia te sinto...


Criei um mundo novo, um lugar onde o chão é a base, a luz uma difusão de estrelas e os sons formas melodiosas que se assemelham a ninfas pairando na atmosfera. Neste lugar tudo se rege segundo a beleza e o brilho dos sentidos, cada detalhe é observado e sentido com a intensidade duma explosão de cores, sabores e perfumes.
Neste espaço sou alma pura, plena circunstância de haver sido em tempo passado o pretérito do que sou hoje, aqui, deitada, no nosso leito, flutuo. Nestes momentos sou feiticeira, druida, mágica sem magia, pura silhueta de energia que te visita, entro no corpo pelo corpo percorro, visto a pele pela própria vontade sou eco, memória de saudade que grita na nossa mente. Sou igualmente gemido, sentido no prazer intenso do teu EU, lá, onde as mãos não chegam nem os corpos podem tocar, lá onde sabes, quero estar.
Tu não sabes, mas sentes, que neste momento, deixo tudo o que me envolve, corpo, espaço e tempo, para me dedicar a esculpir a alma, a criar um mundo onde possamos viver fora de água, onde me sintas com a paixão e a intensidade com que me queres.
A realidade é que, não há asas que segurem meu corpo, não há gelo que mantenha calmo o sangue, que seja suficiente para o acalmar.
Todas as noites me pergunto, questiono o sentido desta vontade, gostaria de perceber os porquês, de entender os propósitos que fazem de mim um rol de letras.
Porque as minhas letras atingem a força duma tempestade. As questões sucedem-se, numa espiral de inquietações que agitam o meu mar interior, apenas sinto a tua presença no meu corpo, o calor intenso que domina os sentidos, tira do senso, do equilíbrio faz claudicar na vontade de te abraçar.
Perceber o porquê como quem sabe onde está o segredo que não dizemos apenas partilhamos.