sábado, 17 de março de 2012

Na distancia te sinto...


Criei um mundo novo, um lugar onde o chão é a base, a luz uma difusão de estrelas e os sons formas melodiosas que se assemelham a ninfas pairando na atmosfera. Neste lugar tudo se rege segundo a beleza e o brilho dos sentidos, cada detalhe é observado e sentido com a intensidade duma explosão de cores, sabores e perfumes.
Neste espaço sou alma pura, plena circunstância de haver sido em tempo passado o pretérito do que sou hoje, aqui, deitada, no nosso leito, flutuo. Nestes momentos sou feiticeira, druida, mágica sem magia, pura silhueta de energia que te visita, entro no corpo pelo corpo percorro, visto a pele pela própria vontade sou eco, memória de saudade que grita na nossa mente. Sou igualmente gemido, sentido no prazer intenso do teu EU, lá, onde as mãos não chegam nem os corpos podem tocar, lá onde sabes, quero estar.
Tu não sabes, mas sentes, que neste momento, deixo tudo o que me envolve, corpo, espaço e tempo, para me dedicar a esculpir a alma, a criar um mundo onde possamos viver fora de água, onde me sintas com a paixão e a intensidade com que me queres.
A realidade é que, não há asas que segurem meu corpo, não há gelo que mantenha calmo o sangue, que seja suficiente para o acalmar.
Todas as noites me pergunto, questiono o sentido desta vontade, gostaria de perceber os porquês, de entender os propósitos que fazem de mim um rol de letras.
Porque as minhas letras atingem a força duma tempestade. As questões sucedem-se, numa espiral de inquietações que agitam o meu mar interior, apenas sinto a tua presença no meu corpo, o calor intenso que domina os sentidos, tira do senso, do equilíbrio faz claudicar na vontade de te abraçar.
Perceber o porquê como quem sabe onde está o segredo que não dizemos apenas partilhamos.